quarta-feira, 29 de agosto de 2007

USANDO A EMERGÊNCIA PELA PRIMEIRA VEZ

No domingo a noite o Matheus começou a reclamar de dor na garganta. Acordou na segunda-feira dizendo que estava pior e não demorou para começar a febre. Passou a segunda toda deitadinho, o que para uma criança e especialmente para ele, que é elétrico é sinal de "dodói". A febre era do tipo resistente, que demora a ceder com o remédio, bem típica de infecção na garganta. No final da noite de segunda, a febre chegou a 40,5 o que me deixou super preocupada. Nem com o remédio cedeu e as 2h30min da madrugada tivemos "que obrigá-lo" a tomar outro remédio. Nossos vizinhos devem ter adorado os gritos e choro dele em plena madrugada... Ontem, passou o dia deitadinho de novo, fraquinho, pois para fazê-lo comer uma banana no almoço foi um sufoco(única coisa que comeu...). A noite começou a reclamar muito de dor na nuca e dizia que mal conseguia mexer a cabeça. Achamos melhor levá-lo ao Alberta Children's Hospital.

Neste período em que estou à espera do início de nossas aulas (minhas e do Ma) fiquei pesquisando os mais diversos assuntos relacionados ao Canadá e li vários relatos não muito positivos sobre o sistema de saúde daqui, que é público e igual para todos os que aqui residem, seja rico ou pobre...
Chegamos as 11 horas da noite e saimos de lá 1h da madrugada - exatas 2 horas. Ao chegar, há uma triagem com enfermeiros, aonde se avalia a prioridade de atendimentos, pois os atendimentos não são feitos por ordem de chegada e sim pela necessidade/ grau de prioridade, o que a princípio é muito bom. Ao chegarmos, o Ma estava com 38,5 de febre...
Após essa triagem, aguarda-se para fazer a ficha do paciente. Após a ficha, ficamos esperando, esperando, lendo todos os anúncios, folhetos e observando os detalhes do hospital, que é novo, extremamente limpo, muito bem equipado e passa uma impressão muito boa. Fomos chamados e levados para uma salinha. O atendimento é feito numa sala separada para cada paciente. Achei isso muito bom. Esperamos e logo depois chegou uma moça, que a princípio pensamos ser a médica - não era... Mais uma enfermeira, fazendo as mesmas perguntas da primeira... Ora, não dá para a primeira passar as informações?? Essa não entendi muito bem.... Mediu-se a temperatura e ele estava com 38,5 ainda. Esperem pelo médico, disse-nos a mocinha. Espera-se, espera-se e 40 minutos depois o jovem, bem jovem médico apareceu. O Matheus estava dormindo - tadinho. O médico examinou, colheu material da garganta para ver se é virus ou bactéria, saiu da salinha e 5 minutos depois volta e nos explica o seguinte: não se peocupem com a dor na nuca, pois ele consegue se mover bem. Suspendam qualquer medicamento que estiverem dando. Em 2 ou 3 dias, ligaremos para vocês para informar se o resultado é positivo do exame, o que significaria infecção bacteriana e não por virus. Deu-nos a prescrição para penicilina caso o resultado seja positivo e pronto, fomos embora....Ah, nos disse que se ele piorar ainda mais, devemos voltar...
Comentários: O que fazer com o coitadinho até nos ligarem - em 2 ou 3 dias?? Nada, tem-se que esperar. Não dá para ser mais rapidinho esse exame?? Não, não dá....
Chegou com 38,5 de temperatura e saiu de lá 2 horas depois com 38,5.... Não dava para medicar?? Quero acreditar que se a febre tivesse evoluído teriam medicado....
A primeira enfermeira nos disse que a dose do antitérmico é bem maior do que a que demos. Seguimos a prescrição da pediatra brasileira... Vi a dose de penicilina prescrita caso seja positivo o exame, pesquisei e constatei que é a dose máxima recomendada para a idade e peso dele.
Com tudo isso concluo o seguinte: As crianças sofrem um pouquinho mais. Talves até criem mais resistência com o tempo. Não sei se é sempre que os médicos prescrevem as doses máximas - não sei se isso é bom, já que sou leiga no assunto...
Não teve uma vez sequer no Brasil em que ele chegu com febre no hospital e não foi medicado.... O sistema é diferente; a filosofia é outra... Estou comparando o sistema brasileiro quando se tem um plano de saúde e não o sistema público, que infelizmente não tem parâmetro para comparação....
No Brasil, os hospitais fazem exames, medicam, etc. e cobram dos planos de saúde. Mary, lembra quando ele ficou internado aos 6 meses de idade com bronquilite? A pediatra dele questionou a internação e você comentou que os hospitais as vezes fazem isso, para cobrarem dos planos de saúde, mesmo não sendo "muito necessário", o que me deixou "p" da vida, pois o coitadinho passou 4 dias internado, eu fiquei esses 4 dias quase sem dormir e passei meu primeiro dia das mães no hospital.
A cada dia que passa vemos mais e mais planos de saúde falindo no Brasil, ocorrendo o oposto com os hospitais privados....Obviamente, o sistema está errado. Como paciente, muitas vezes analisamos apenas a situação premente e não questionamos o sistema. Talvez por isso haja tanta crítica, especialmente dos brasileiros, em relação ao sistema de saúde canadense.
Bem, nenhuma mãe gosta de ver o filho sofrer e sinceramente gostaria que ele tivesse sido medicado e que o resultado desse exame saísse mais rápido... Não posso dizer que achei um horror o atendimento, mas também não posso dizer que gostei...Sei que se o caso fosse mais sério, o procedimento seria outro...
Ah, o Matheus tem aquele problema na perninha, lembram? Fomos no médico de família há duas semanas, que disse-nos que iria encaminhá-lo para uma avaliação numa clínica ortopédica e a assistente do médico nos explicou o procedimento: eles solicitam a avaliação e a clínica tem que aceitá-lo como paciente. As vezes a clínica não tem vagas para novos pacientes e o próprio médico procura outra clínica ou nós mesmos caso ele não conheça outra... Estamos esperando e torcendo para ele ser aceito.
Enfim, temos que nos acostumar, já que estamos morando por aqui... Hoje ele apresentou febre baixa e disse que a dor na nuca está melhor. Vamos ver como vai ficar no decorrer do dia....

10 comentários:

Anônimo disse...

Oi Cecilia
Espero que ele fique bem o mais rapido possível
É horrivel ver nossos pequenos com dor, ainda mais aqui que o sistema é deste jeito, eles não medicam.
Mas tudo vai acabar bem!
Beijos

K disse...

É, realmente bem diferente do nosso sistema, mas acho que devemos confiar no que estão fazendo... Cada vez mais pessoas, mesmo no Brasil, são contra remédios e só tomam em último caso. O próprio organismo tem suas armas. É duro vê-lo sofrendo, mas acho que a longo prazo isso fortalece.

Melhoras pra ele!

Beijo,

Camila.

Sandro e Família disse...

Cecilia

Espero que seu filho possa se recuperar logo e que não precise tomar a dose máxima do medicamento.
Quanto ao atendimento médico já precisei visitar muito hospital no Canadá em função do meu trabalho, inclusive alguns aí em Calgary.
Fica bem claro desde o primeiro atendimento a diferença em relação aos planos de saúde aqui no Brasil, mas depois que você se acostumar vai ver que é de muito boa qualidade e apenas o método de atender e prescrever os medicamentos é diferente.

Abraço

Cecilia Brandao disse...

Agradeço a todos pelos votos de melhora pro Ma. Hoje ele está bem melhorzinho e não apresentou febre. Disse que a dor de garganta está melhor e a dor na nuca passou... Ufa!!
Veleu!!

Cecilia

Cris disse...

Oi Cecília. Estou em Toronto a menos de dois meses somente. No entanto, tenho uma irmã que é enfermeira no EUA por 6 anos. O que ela me fala é que, DE UMA MANEIRA GERAL, existe um procedimento bastante apurado no tratamento dos pacientes, especialmente pela facilidade do paciente processar o agente de saúde. Portanto, NORMALMENTE, os médicos fazem exames que são suficientes para garantir um diagnóstico seguro. Se existir alguma possibilidade do paciente estar com uma patologia mais séria, o procedimento é de manter o paciente sob observação para investigar. Digo isso, para vc ficar mais tranquila, se o Mateus estivesse com alguma chance de algo mais sério que dor de garganta bacteriana ou virose, acredito que eles não teriam liberado-o e teriam adotado outro tratamento. Eu sei que é duro ficar com um filho doente em casa. Não é fácil mesmo... Boa sorte e melhoras para o Mateus (aproveita o final do verão e oferece sorvete, quem sabe ele não aceita??)

Anônimo disse...

Olá, Cecília!

Com relação à febre, eu também ficava bem preocupada com minha filha, mas o pediatra dela aqui no Brasil sempre me dizia: "Só precisa me ligar se a febre durar mais de 72 horas. Antes disso, não há nada a fazer (claro, se não for de mais de 40 graus!) e em geral nesse período ela vai embora assim como veio." E não é que na maioria das vezes foi isso mesmo que aconteceu?

E outra, ele era (e continua sendo até hoje) bastante avesso a remédios. Melhor dar um banho morno a tomar antitérmico... Ou seja, ela tomou tão poucos remédios quando era pequena que quando tem algo mais grave, logo na primeira dose o remédio já faz efeito.

Espero que o Mateus se recupere logo.


Abraços,

Andréa

Ana Celia disse...

Oi Cecilia,
espero que o Matheus ja esteja bem...
Qdo o Henrique esta doente, ja falamos que a febre dele comecou a uns 4 dias... so desse jeito para eles darem mais atencao e receitarem remedio.

Bjs,
Ana

Cecilia Brandao disse...

Obrigada a todos pelos comentários. Ele está bem melhorzinho, graças a Deus. Ana, essa dica é boa hein?!


Cecilia

Patricia disse...

Melhoras para o Má, nosso xodozinho...

Tati e Cia

Gabriele disse...

Olá.

Também nos preocupamos com o sistema de saúde canadense principalmente por nossa filhinha, Nicole, que deverá chegar aí com 4 anos.

Particularmente não gosto de medicação, portanto evito ao máximo utilizar remédios, mas que é angustiante, isso é.