USANDO A EMERGÊNCIA PELA PRIMEIRA VEZ
No domingo a noite o Matheus começou a reclamar de dor na garganta. Acordou na segunda-feira dizendo que estava pior e não demorou para começar a febre. Passou a segunda toda deitadinho, o que para uma criança e especialmente para ele, que é elétrico é sinal de "dodói". A febre era do tipo resistente, que demora a ceder com o remédio, bem típica de infecção na garganta. No final da noite de segunda, a febre chegou a 40,5 o que me deixou super preocupada. Nem com o remédio cedeu e as 2h30min da madrugada tivemos "que obrigá-lo" a tomar outro remédio. Nossos vizinhos devem ter adorado os gritos e choro dele em plena madrugada... Ontem, passou o dia deitadinho de novo, fraquinho, pois para fazê-lo comer uma banana no almoço foi um sufoco(única coisa que comeu...). A noite começou a reclamar muito de dor na nuca e dizia que mal conseguia mexer a cabeça. Achamos melhor levá-lo ao Alberta Children's Hospital.
Neste período em que estou à espera do início de nossas aulas (minhas e do Ma) fiquei pesquisando os mais diversos assuntos relacionados ao Canadá e li vários relatos não muito positivos sobre o sistema de saúde daqui, que é público e igual para todos os que aqui residem, seja rico ou pobre...
Chegamos as 11 horas da noite e saimos de lá 1h da madrugada - exatas 2 horas. Ao chegar, há uma triagem com enfermeiros, aonde se avalia a prioridade de atendimentos, pois os atendimentos não são feitos por ordem de chegada e sim pela necessidade/ grau de prioridade, o que a princípio é muito bom. Ao chegarmos, o Ma estava com 38,5 de febre...
Após essa triagem, aguarda-se para fazer a ficha do paciente. Após a ficha, ficamos esperando, esperando, lendo todos os anúncios, folhetos e observando os detalhes do hospital, que é novo, extremamente limpo, muito bem equipado e passa uma impressão muito boa. Fomos chamados e levados para uma salinha. O atendimento é feito numa sala separada para cada paciente. Achei isso muito bom. Esperamos e logo depois chegou uma moça, que a princípio pensamos ser a médica - não era... Mais uma enfermeira, fazendo as mesmas perguntas da primeira... Ora, não dá para a primeira passar as informações?? Essa não entendi muito bem.... Mediu-se a temperatura e ele estava com 38,5 ainda. Esperem pelo médico, disse-nos a mocinha. Espera-se, espera-se e 40 minutos depois o jovem, bem jovem médico apareceu. O Matheus estava dormindo - tadinho. O médico examinou, colheu material da garganta para ver se é virus ou bactéria, saiu da salinha e 5 minutos depois volta e nos explica o seguinte: não se peocupem com a dor na nuca, pois ele consegue se mover bem. Suspendam qualquer medicamento que estiverem dando. Em 2 ou 3 dias, ligaremos para vocês para informar se o resultado é positivo do exame, o que significaria infecção bacteriana e não por virus. Deu-nos a prescrição para penicilina caso o resultado seja positivo e pronto, fomos embora....Ah, nos disse que se ele piorar ainda mais, devemos voltar...
Comentários: O que fazer com o coitadinho até nos ligarem - em 2 ou 3 dias?? Nada, tem-se que esperar. Não dá para ser mais rapidinho esse exame?? Não, não dá....
Chegou com 38,5 de temperatura e saiu de lá 2 horas depois com 38,5.... Não dava para medicar?? Quero acreditar que se a febre tivesse evoluído teriam medicado....
A primeira enfermeira nos disse que a dose do antitérmico é bem maior do que a que demos. Seguimos a prescrição da pediatra brasileira... Vi a dose de penicilina prescrita caso seja positivo o exame, pesquisei e constatei que é a dose máxima recomendada para a idade e peso dele.
Com tudo isso concluo o seguinte: As crianças sofrem um pouquinho mais. Talves até criem mais resistência com o tempo. Não sei se é sempre que os médicos prescrevem as doses máximas - não sei se isso é bom, já que sou leiga no assunto...
Não teve uma vez sequer no Brasil em que ele chegu com febre no hospital e não foi medicado.... O sistema é diferente; a filosofia é outra... Estou comparando o sistema brasileiro quando se tem um plano de saúde e não o sistema público, que infelizmente não tem parâmetro para comparação....
No Brasil, os hospitais fazem exames, medicam, etc. e cobram dos planos de saúde. Mary, lembra quando ele ficou internado aos 6 meses de idade com bronquilite? A pediatra dele questionou a internação e você comentou que os hospitais as vezes fazem isso, para cobrarem dos planos de saúde, mesmo não sendo "muito necessário", o que me deixou "p" da vida, pois o coitadinho passou 4 dias internado, eu fiquei esses 4 dias quase sem dormir e passei meu primeiro dia das mães no hospital.
A cada dia que passa vemos mais e mais planos de saúde falindo no Brasil, ocorrendo o oposto com os hospitais privados....Obviamente, o sistema está errado. Como paciente, muitas vezes analisamos apenas a situação premente e não questionamos o sistema. Talvez por isso haja tanta crítica, especialmente dos brasileiros, em relação ao sistema de saúde canadense.
Bem, nenhuma mãe gosta de ver o filho sofrer e sinceramente gostaria que ele tivesse sido medicado e que o resultado desse exame saísse mais rápido... Não posso dizer que achei um horror o atendimento, mas também não posso dizer que gostei...Sei que se o caso fosse mais sério, o procedimento seria outro...
Ah, o Matheus tem aquele problema na perninha, lembram? Fomos no médico de família há duas semanas, que disse-nos que iria encaminhá-lo para uma avaliação numa clínica ortopédica e a assistente do médico nos explicou o procedimento: eles solicitam a avaliação e a clínica tem que aceitá-lo como paciente. As vezes a clínica não tem vagas para novos pacientes e o próprio médico procura outra clínica ou nós mesmos caso ele não conheça outra... Estamos esperando e torcendo para ele ser aceito.
Enfim, temos que nos acostumar, já que estamos morando por aqui... Hoje ele apresentou febre baixa e disse que a dor na nuca está melhor. Vamos ver como vai ficar no decorrer do dia....
10 comentários:
Oi Cecilia
Espero que ele fique bem o mais rapido possível
É horrivel ver nossos pequenos com dor, ainda mais aqui que o sistema é deste jeito, eles não medicam.
Mas tudo vai acabar bem!
Beijos
É, realmente bem diferente do nosso sistema, mas acho que devemos confiar no que estão fazendo... Cada vez mais pessoas, mesmo no Brasil, são contra remédios e só tomam em último caso. O próprio organismo tem suas armas. É duro vê-lo sofrendo, mas acho que a longo prazo isso fortalece.
Melhoras pra ele!
Beijo,
Camila.
Cecilia
Espero que seu filho possa se recuperar logo e que não precise tomar a dose máxima do medicamento.
Quanto ao atendimento médico já precisei visitar muito hospital no Canadá em função do meu trabalho, inclusive alguns aí em Calgary.
Fica bem claro desde o primeiro atendimento a diferença em relação aos planos de saúde aqui no Brasil, mas depois que você se acostumar vai ver que é de muito boa qualidade e apenas o método de atender e prescrever os medicamentos é diferente.
Abraço
Agradeço a todos pelos votos de melhora pro Ma. Hoje ele está bem melhorzinho e não apresentou febre. Disse que a dor de garganta está melhor e a dor na nuca passou... Ufa!!
Veleu!!
Cecilia
Oi Cecília. Estou em Toronto a menos de dois meses somente. No entanto, tenho uma irmã que é enfermeira no EUA por 6 anos. O que ela me fala é que, DE UMA MANEIRA GERAL, existe um procedimento bastante apurado no tratamento dos pacientes, especialmente pela facilidade do paciente processar o agente de saúde. Portanto, NORMALMENTE, os médicos fazem exames que são suficientes para garantir um diagnóstico seguro. Se existir alguma possibilidade do paciente estar com uma patologia mais séria, o procedimento é de manter o paciente sob observação para investigar. Digo isso, para vc ficar mais tranquila, se o Mateus estivesse com alguma chance de algo mais sério que dor de garganta bacteriana ou virose, acredito que eles não teriam liberado-o e teriam adotado outro tratamento. Eu sei que é duro ficar com um filho doente em casa. Não é fácil mesmo... Boa sorte e melhoras para o Mateus (aproveita o final do verão e oferece sorvete, quem sabe ele não aceita??)
Olá, Cecília!
Com relação à febre, eu também ficava bem preocupada com minha filha, mas o pediatra dela aqui no Brasil sempre me dizia: "Só precisa me ligar se a febre durar mais de 72 horas. Antes disso, não há nada a fazer (claro, se não for de mais de 40 graus!) e em geral nesse período ela vai embora assim como veio." E não é que na maioria das vezes foi isso mesmo que aconteceu?
E outra, ele era (e continua sendo até hoje) bastante avesso a remédios. Melhor dar um banho morno a tomar antitérmico... Ou seja, ela tomou tão poucos remédios quando era pequena que quando tem algo mais grave, logo na primeira dose o remédio já faz efeito.
Espero que o Mateus se recupere logo.
Abraços,
Andréa
Oi Cecilia,
espero que o Matheus ja esteja bem...
Qdo o Henrique esta doente, ja falamos que a febre dele comecou a uns 4 dias... so desse jeito para eles darem mais atencao e receitarem remedio.
Bjs,
Ana
Obrigada a todos pelos comentários. Ele está bem melhorzinho, graças a Deus. Ana, essa dica é boa hein?!
Cecilia
Melhoras para o Má, nosso xodozinho...
Tati e Cia
Olá.
Também nos preocupamos com o sistema de saúde canadense principalmente por nossa filhinha, Nicole, que deverá chegar aí com 4 anos.
Particularmente não gosto de medicação, portanto evito ao máximo utilizar remédios, mas que é angustiante, isso é.
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